Energia sob demanda

O Sistema Elétrico é constituído por uma malha de distribuição, que são as redes e subestações da concessionária, que alimentam uma diversidade de cargas dos diversos usuários de energia elétrica, tais como: motores, inversores, transformadores, iluminação, etc. 
A conservação da sua capacidade de atendimento a todos os seus usuários, necessita-se conhecer o limite máximo de utilização que lhe será solicitado, limite este obtido a partir do somatório das cargas instaladas em cada unidade consumidora operando simultaneamente. 
O somatório das cargas instaladas operando no mesmo intervalo de tempo, expresso em quilowatts (kW), é denominado "DEMANDA", ou seja, é a capacidade máxima que é exigida do Sistema Elétrico em determinado momento. 
Tal conceito é aplicado individualmente a cada unidade consumidora atendida em nível de tensão igual ou superior a 2,3 kV, o chamado "Grupo A", e utilizado na formulação do contrato de fornecimento de energia elétrica, constituindo-se em compromisso do cliente quanto à sua máxima exigência do Sistema Elétrico. 

A unidade consumidora do Grupo A deverá assinar contrato de fornecimento de energia elétrica fixando o valor, em quilowatts, de sua DEMANDA que poderá ser única ou segmentada por horário do dia, conforme a estrutura tarifária em que melhor se enquadrar. 
Quando os montantes de demanda de potência ativa ou de uso do sistema de distribuição – MUSD medidos excederem em mais de 5% (cinco por cento) os valores contratados, será adicionada ao faturamento regular a cobrança pela ultrapassagem, conforme as regras estabelecidas na legislação vigente.

Redução do consumo de energia

A redução no consumo de energia e na demanda de potência em Mato Grosso atingiram os índices esperados pelo setor elétrico brasileiro durante a 42ª edição do Horário de Verão. A redução na demanda de potência no horário de ponta (das seis horas da tarde até as nove horas da noite), que é o principal objetivo do Horário de Verão, chegou a 4%.
De acordo com o gerente de Operação do Sistema da Cemat, Teomar Magri, o esperado pelo Operador Nacional do Sistema é uma redução de 4 a 5%. A redução na demanda em Mato Grosso foi de 56 Megawatts, o que equivale a desligar, no horário de ponta, dois municípios do porte de Cáceres (aproximadamente 90 mil habitantes). O ajuste nos ponteiros dos relógios atrasa, por exemplo, o acionamento da iluminação pública, que deixa de coincidir com o horário de ponta.
Além disso, percebem-se modificações nos hábitos da população, que pode aproveitar melhor a luz natural. De acordo com Teomar Estevão Magri, a principal consequência do horário de verão é a diminuição do carregamento nas linhas de transmissão, subestações e sistemas de distribuição de energia, aliviando também a geração.
O horário de verão 2012/2013 teve duração de 119 dias, 14 a menos que no ano passado, que foi de 133 dias, e sete a menos que nos anos anteriores, quando alcançou 126 dias. Esta foi a edição mais curta desde 2006.

Fonte: http://www.cemat.com.br/

Prevenção de Acidentes em eletricidade

Quando se trata de medidas preventivas de choque elétrico, torna se obrigatório consultar duas normas brasileiras: NBR 5410 da ABNT e a NR 10 da Portaria 3.214.

A NBR 5410, intitulada de “Instalações Elétricas de Baixa Tensão”, fixa condições de segurança nas instalaçõescom tensão até 1000 Volts em corrente alternada e de até 1500 Volts em corrente continua.

Já a norma regulamentadora NR-10 - Instalações e serviços com eletricidade, recomenda condições mínimas para garantir a segurança das pessoas, e estabelece critérios para proteção contra os riscos de contato, incêndio e explosão, dentre outros.

No ambiente de trabalho a responsabilidade dos serviços é do pessoal da manutenção, que detém grande experiência profissional no assunto, com isso a grande maioria dos trabalhadores se coloca na condição de usuário.

Na ótica do usuário devemos destacar alguns aspectos:

a) O zelo pela conservação das máquinas e aparelhos operados é fundamental para preservar as condições de segurança.

b) É importante deixar as máquinas ligadas somente o tempo necessário para o uso, além de econômico a possibilidade de acidentes esta relacionada com o tempo de funcionamento das máquinas.

c) Não deixar cair pequenos objetos, dentro das máquinas, líquidos e outros materiais que possam provocar curto-circuito.

d) Não utilizar improvisações, comunicar ao setor de manutenção qualquer irregularidade verificada nas máquinas e instalações.

REGRAS BÁSICAS

a) Utilizar materiais, ferramentas e equipamentos dentro das normas técnicas.

b) Para medição dos circuitos utilizar apenas os instrumentos adequados, como Multímetros, Voltímetros e Amperímetros, evitando as improvisações, que costumam ser danosas.

c) Para trabalhar em segurança é necessário primeiro saber a maneira correta de funcionamento da máquina, qual o tipo de serviço a ser realizado, observar bem o local de trabalho levantando as possíveis interferências que poderão causar algum dano.

d) Trabalhar sempre com o circuito elétrico desligado, utilizar placas de sinalização indicando que o circuito ou a máquina estão em manutenção, evitar o uso de anéis, aliança, pulseiras, braceletes e correntes.

e) Ao abrir chaves, não permanecer muito próximo para evitar o efeito do arco voltaico, sempre que realizar manobras em chaves seccionadora ou disjuntores pelo punho próprio de acionamento, utilizar luvas de PVC com isolamento de acordo com a classe de tensão do circuito a operar.

f) Na alta tensão, além de fazê-lo com o circuito desligado deve-se providenciar um aterramento múltiplo das 3 fases do circuito.

g) E nunca é demais lembrar: EM SE TRATANDO DE ELETRICIDADE A GRANDE ARMA DA PREVENÇÃO DE ACIDENTES É O PLANEJAMENTO.

A eletricidade não admite improvisações, ela não tem cheiro, não tem cor, não é quente nem fria, ela é fatal.

Símbolo de sinalização de áreas classificadas

Como complemento final, exigido pela NR 10, é necessário treinar os profissionais que trabalharão nessas áreas Ex, sejam eles operadores, engenheiros de processos, químicos, mecânicos, técnicos e engenheiros de segurança, capacitando-os em áreas classificadas, no qual obterão conhecimentos gerais dessas áreas, tipos de proteção, níveis de proteção e os riscos envolvidos.

Os engenheiros eletricistas, eletricistas, instrumentistas, eletrônicos e todos os profissionais que participam da montagem, operação, calibração ou manutenção dos sistemas eletro-eletrônicos deverão ser qualificados em áreas classificadas, obtendo conhecimentos gerais de classificação de áreas, tipos de proteção detalhados, tipos de instalações permitidas pelas normas de instalação e riscos envolvidos.

Para dar a devida seriedade a este processo de treinamento, que envolve capacitação e qualificação dos profissionais, as empresas deverão fazer a devida regularização para a obtenção do certificado das instalações elétricas em áreas classificadas, parte do Prontuário da NR 10, juntamente com o estudo de classificação de áreas.

Selo de certificação do Inmetro

Todos os equipamentos elétricos certificados possuem uma marcação que foi concedida no processo de certificação e que obedece a um lay-out predefinido, de forma que se possa verificar se as informações ali contidas correspondem ao que foi solicitado.

Na marcação do equipamento Ex deve constar o símbolo BR-Ex, o tipo de proteção, o grupo de periculosidade do equipamento, a classe de temperatura e a temperatura máxima de superfície, além de outras identificações adicionais exigidas pela norma específica para o respectivo tipo de proteção e o número do certificado.

Finalmente, conhecido o processo de regularização e aplicados os tipos de proteção adequados, as filosofias de instalação certas, os materiais certificados, e executadas as adequações necessárias com profissionais qualificados, o último passo é o Laudo Final das Instalações Elétricas em Áreas Classificadas (LFIE-Ex). Como fazer isto? É preciso solicitar à empresa que fez a inspeção das áreas e que emitiu o relatório de “não conformidades” para verificar se essas “não conformidades” foram sanadas para então dar prosseguimento à emissão desse documento.

De posse deste laudo, se faz necessário ainda verificar se as áreas classificadas foram sinalizadas em campo, conforme símbolo a seguir.

Aumenta a preocupação com a segurança

Ricardo Pereira de Mattos*

Desde a publicação do novo texto da NR-10, por intermédio da Portaria 598/04, do Ministério do Trabalho e Emprego, aumentou de forma espetacular o interesse sobre a segurança em instalações e serviços com eletricidade. Em baixa ou alta tensão, a energia elétrica está presente na vida e trabalho de todos nós e perceber os riscos associados à sua utilização é fundamental para a construção de ambientes mais seguros.

As estatísticas oficiais não apresentam informações detalhadas sobre os acidentes relacionados direta ou indiretamente com o contato ou proximidade de circuitos elétricos. Porém, os relatos das empresas, dos jornais e alguns estudos específicos servem-nos como alertas para a adoção de medidas urgentes para proteção dos trabalhadores e da população como um todo.

Uma das referências mais consultadas quando se deseja obter informações estatísticas sobre acidentes do trabalho com eletricidade no Brasil, é o relatório anual produzido pela Fundação COGE, ou Funcoge. Essa fundação, mantida pela Eletrobras e pelas empresas do setor elétrico nacional tem diversos comitês de trabalho na área de energia elétrica e um deles, o Comitê de Segurança e Saúde no Trabalho, desenvolve, entre outras atividades, uma estatística anual de acidentes no Setor de Energia Elétrica. Um dos destaques da pesquisa é apresentar não apenas os números totais, mas a sua estratificação, classificação e descrição dos acidentes, tanto aqueles que ocorrem com os empregados das empresas, com as empresas prestadoras de serviço(empreiteiras terceirizadas) ou com a população em geral, que também entra em contato com a rede pública deenergia. Para ilustrar a importância desse trabalho, a estatística mais recente, indica a ocorrência de mais de 400 acidentes fatais em um mesmo ano. Esta quantidade assustadora, aliás, vem se repetindo, em média, nos últimos anos. É incrível observar que a maioria desses acidentes ocorre com a população, isto é, com pessoas que não trabalham no setor mas que fazem contato com a rede elétrica em atividades de construção civil, instalação de antenas, serviços de telefonia, entre outras causas não vinculadas ao trabalho como é o caso de pipas (papagaios), furto, e contato com cabos energizados caídos no chão. Podemos concluir, que a eletricidade, além de ser a fonte da lesão em instalações específicas, canteiros de obra e frentes de trabalho, merece campanhas permanentes para alertar a população quanto à necessária distância das redes elétricas.

Outra estatística muito preocupante foi apresentada há pouco tempo em algumas revistas especializadas. O referido trabalho, coordenado pelo Laboratório de Segurança e Higiene do Trabalho da Universidade Federal de Pernambuco, tratou de acidentes domésticos com eletricidade no Estado. Obtendo informações com a Secretaria de Saúde pernambucana, os pesquisadores encontraram, em um levantamento de 5 anos, uma média anual superior a 120 óbitos em residências ocasionados por choque elétrico. É a evidência inquestionável tanto das péssimas condições de segurança das instalações elétricas prediais quanto do desconhecimento da população sobre o real perigo dessa energia escondida em equipamentos, tomadas e interruptores.

Aliás, saindo de Pernambuco para São Paulo, um grande levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro do Cobre – Procobre – demonstrou, em números, que a maioria absoluta das edificações paulistanas não dispunham das medidas básicas de segurança em suas instalações, tais como sistemas de aterramento eficazes, proteção contra choque elétrico ou registros de manutenção preventiva. Por conta disso, foi criado um Programa intitulado “Casa Segura” para estimular intervenções nas instalações elétricas prediais.

Essa evidente precariedade das instalações elétricas prediais e industriais, também se manifesta quando pesquisamos sobre a causa de incêndios em edificações. É comum aceitarmos como certo quando os jornais divulgam, antes mesmo do laudo pericial, que “a origem do incêndio foi um curto-circuito nas instalações elétricas”. É uma causa tão comum, cujos exemplos são inúmeros, que sequer precisamos aguardar muito tempo para que se constate aquilo que foi previsto pelos jornalistas, a partir de entrevistas de especialistas e depoimentos de usuários daquela edificação atingida. Desde o incêndio do edifício Joelma, em São Paulo, passando pelo edifício Andorinhas, no Rio, Aeroporto Santos Dumont, Edifício da Eletrobras, INSS em Brasília, e uma longa lista de outros episódios, encontramos em comum, nos laudos e relatórios, a precariedade constatada das instalações elétricas. O que nem sempre fica demonstrado para a população é que o referido “curto-circuito” não foi uma surpresa ocasionada por um fenômeno incontrolável mas o último suspiro de uma instalação que estava agonizando. Os incêndios, com origem elétrica, começam, regra geral, em circuitos sobrecarregados, sem proteção adequada, sem manutenção, manuseados por leigos curiosos acobertados por profissionais “econômicos” que procuram “pelo menor preço” as soluções técnicas de problemas que deveriam estar sendo motivo de diagnósticos especializados.

Até mesmo na indústria, alguns planos de cargos extingüiram, sob o pretexto da flexibilização, os eletricistas e eletrotécnicos pelos “operadores”. A eles, sem a garantia da qualificação formal, são dadas atribuições que os expõem a riscos que eles sequer conhecem. E o pior, expõem a todos os que se utilizam daquelas instalações, com suas gambiarras, jeitinhos, criatividade, ou outras denominações muitas vezes cercadas de elogios pela “pró-atividade” demonstrada em fazer a coisa errada. Infelizmente, mesmo fazendo errado, a luz acende, o motor gira e o ar refrigerado gela, pelo menos por um tempo.

A regulamentação trabalhista, em seu novo texto, veio trazer uma esperança pois estabeleceu critérios mais rígidos, tanto para as instalações quanto para as pessoas que trabalham com eletricidade. O que ainda nos preocupa é saber se a sociedade terá fôlego para fiscalizar o cumprimento dessa legislação. É importante registrar que muitas medidas de controle já existiam no texto antigo da norma trabalhista de segurança, e além de pouco aplicadas, menos ainda eram fiscalizadas. Mas como tudo o que é novo vem com mais força, devemos esquecer o passado triste e acreditar em um futuro mais alegre, e bradar tal como o luso poeta, que “cesse tudo o que a musa antiga canta, que um valor mais alto se levanta”.

Esse valor mais alto vem se destacando nos eventos de Segurança do Trabalho, onde o assunto segurança emeletricidade passou a integrar o conjunto dos temas em destaque e interesse. E nos eventos técnicos da área elétrica , a segurança também passou a ser imprescindível. Um bom exemplo, nesse sentido, será a realização, nos dias 22 a 24 de setembro de 2009, em Blumenau, Santa Catarina, do 4o Seminário Internacional de Engenharia Elétrica na Segurança do Trabalho. Promovido pelo Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos – IEEEv – este evento também é conhecido pela denominação ESW Brasil 2009, pois segue o modelo do Electrical Safety Workshop, realizado pelo IEEE norte-americano desde 1991.

Agora que a “nova NR-10” está quase completando quatro anos, vamos continuar trabalhando bastante este tema, estimulando os profissionais de segurança a conhecerem um pouco mais sobre os perigos da eletricidade e as principais medidas de controle.